Olá, como estão?
Ontem o Benfica sagrou-se
campeão nacional de futebol, época 2014/2015.
Foi o 34.º quarto título.
E vamos lá por partes: eu
até sou adepta do Benfica e é claro que fiquei contente com esta vitória (no
campeonato, porque na jornada, a 33.ª, o Benfica empatou com o Guimarães, mas
beneficiou do empate do Porto com o Belenenses).
Mas convém não exagerar.
Eu estou a falar dos
serviços noticiosos televisivos, mais concretamente do Jornal da Noite de
ontem, às 20h00, no canal SIC.
É que só deu Benfica…
Mas mesmo certo, ontem, não
aconteceu mais nada digno de interesse, por esse mundo fora?...
Por um lado, era muito bom
que assim fosse, mas por outro, sei que não foi esse o caso.
Podem argumentar que as
outras notícias foram apresentadas no canal de notícias, no caso a SIC
Notícias, um canal por cabo.
E eu contra-argumento: e
quem não tem televisão por cabo?
Eu até tenho, mas o que não
falta são pessoas que ainda não têm.
Tem-se falado muito no caso
de Salvaterra de Magos, no caso do jovem de 14 anos barbara e violentamente
assassinado através de agressões repetidas com uma barra de ferro por,
alegadamente, motivos total e completamente fúteis – parece que o já confesso
homicida pretendia roubar a roupa, dita de marca, da vítima.
E muito se tem escrito, nas
redes sociais, sobre como o que homicida merecia que lhe fizessem o mesmo ou
pior.
Pessoalmente, sou
obstinadamente contra a pena de morte.
Acima de tudo, porque a acho
uma suprema hipocrisia – se é errado matar, quem somos nós para fazer
exactamente o mesmo?
E não é só.
A pena de morte é demasiado…
definitiva.
Em acabando, está acabado.
E a pessoa que cometeu o
crime te que sentir as consequências do seu crime.
Também não é de tortura
gratuita que falo.
Como posso explicar?...
… Olhem, conhecem o mito
grego de Prometeu?
‘Lenda do Gigante Prometeu
Diz a lenda que quando os
deuses criaram o céu e a terra, com todas as plantas e animais, chegou à terra
o gigante Prometeu ("aquele que pensa antes"), descendente dos Titãs,
destronados por Zeus. Prometeu, com um pouco de argila e água, criou o homem à
imagem dos deuses para que reinasse sobre a terra. Das almas dos animais
escolheu algumas características que juntou à sua obra. Atena, a deusa da
sabedoria, impressionada, insuflou no homem o espírito. Pouco depois os
primeiros seres humanos começaram a multiplicar-se na terra, mas faltava-lhes
as informações sobre a sua subsistência e sobre os assuntos divinos. Por esta
razão, Prometeu ensinou aos homens todos os segredos da agricultura, da pesca,
do comércio, da profecia, da astronomia e de tudo o que era necessário ao
desenvolvimento da humanidade. Mas ainda lhes faltava o dom do fogo, que Zeus
tinha negado aos homens. Então, Prometeu apanhou um ramo e aproximando-o do sol
incendiou-o e trouxe o fogo à terra. Contrariado, Zeus arquitetou a sua
vingança ordenando que se fizesse uma estátua de uma linda mulher, que os
deuses dotaram de muitas qualidades, e a quem chamou Pandora, "a que tem
todos os dons". Zeus pediu a cada um dos deuses que criassem um malefício
e guardou-os a todos numa caixa que Pandora levava nas mãos. Zeus tencionava
unir Pandora a Epimeteu ("o que pensa depois"), irmão de Prometeu, e
ordenou a Hermes que conduzisse Pandora à Terra até junto de Epimeteu. Diante
dele, ela abriu a caixa dos malefícios que se espalharam por toda a Terra,
enchendo-a de dor e de doença. Pandora fechou a caixa rapidamente, antes que se
escapasse o único benefício que esta continha: a esperança.
Tinha chegado a hora de Zeus castigar Prometeu, mandando Hefesto e os seus
servos Crato ("o poder") e Bia ("a violência") acorrentar o
gigante a um despenhadeiro do Monte Cáucaso. Mandou depois uma águia
devorar-lhe o fígado, que, por ser imortal, se
regenerava continuamente,
causando-lhe um grande sofrimento. O seu tormento prolongou-se por centenas de
anos até que Hércules, com o consentimento de Zeus, matou a águia com uma pedra
e libertou Prometeu das correntes. É então que Prometeu revela a Zeus uma
profecia: se Zeus continuasse com os seus amores com Tétis, deles nasceria um
filho que o destronaria. Assim sendo, Zeus abandonou Tétis, que casou com o
mortal Peleu. Entretanto, Prometeu tornou-se imortal ao trocar o destino com o
centauro Chiron e ocupou o seu lugar no Olimpo, para grande alegria do povo de
Atenas, que via em Prometeu o grande benfeitor da humanidade, patrono das artes
e das ciências.’
Sempre adorei mitologia
grega e lembro-me que quando ouvi este mito, pela 1.ª vez (era ainda criança),
confesso que me surpreendi com a revelação súbita de como os Deuses do Olimpo
podiam ser tão mesquinhos e vingativos.
Fico por aqui.
Até uma próxima
oportunidade.